Centro de Saúde - Mirandela
Dada a complexidade deste projecto, quer ao nível do programa quer ao nível da sua situação urbana e paisagística, a visita ao local foi fundamental para estabelecer o rumo da proposta. O edifício existente revela bastantes problemas ao nível da organização do espaço, das relações entre as diferentes unidades, de dimensão e de iluminação. A entrada resolve de forma mais ou menos pacífica as diferenças de cota e apresenta-se como uma opção bastante inteligente de colocar os utentes a entrar no miolo do edifício. No entanto, depois deste primeiro contacto a circulação labiríntica atinge contornos muito estranhos e provoca grandes dificuldades na relação entre o corpo e o espaço, na leitura espacial, que deve ser o mais eficaz possível num edifício deste género. Estas primeiras ilações foram confirmadas pelos profissionais que o usam no quotidiano. A estrutura concebida condiciona altamente o normal funcionamento do Centro, a todos os níveis. Os gabinetes são pequenos, as salas de espera misturam-se com zonas de cacifos dos profissionais, a sala de reuniões é também armazém, a sala de tratamentos é pequena e tem uma iluminação (natural e artificial) insuficiente. Considerando as lacunas verificadas e, a forma como iria condicionar todo o processo em desenvolvimento, tanto ao nível espacial e organizacional como ao nível de custos, a opção de demolir o actual edifício e conceber um completamente novo – mais propositivo e adaptado às novas exigências, presente e futuras – surgiu como a mais ponderada.